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[ParaAlémDas] GAiOLaS é um solo performático que teve início nas disciplinas de performance da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a partir de uma necessidade pessoal da performer de discutir alguns assuntos. Esse processo dialoga com questões de liberdade e prisões, pré-conceitos sociais, (des)igualdades de gênero entre outras inquietações. [ParaAlémDas] GAiOLaS traz para o público o universo das opressões que forjam nosso comportamento. Qualquer conduta fora do padrão nos joga para um quadro de loucura. Aqui, é o corpo quem fala, que manifesta sua resistência. O corpo da performer que grita, que foge e que passa pelos diferentes níveis de violência, não diz, dança. O que é visto aqui, nada mais é que a condensação de experiências e sensações.

A OBRA

 

 A obra [ParaAlémDas] GAiOLaS traz questões do aprisionamento de si, violências que se cometem e não são declaradas, assim como as violências de gênero e diferentes formas de opressão e pré-conceitos sociais. Esta obra propõe trazer conceitual e esteticamente a discussão destas questões através da imagem da gaiola. Quando a gaiola é colocada na cabeça, a performer aprisiona o olhar que está dentro, coloca ali um produto que talvez seja consumido, consumado, pois todo o ser humano pode ser reduzido a um produto descartável. Ao mesmo tempo pode-se irromper dessa prisão, dessa condição imposta. Com a cabeça “presa”, o corpo é a ferramenta desse grito de liberdade para além das gaiolas. Para tal fim, também são utilizados recursos audiovisuais e a transformação do espaço em que ocorre o solo performático.

   Tendo em vista essa composição em rede de elementos, a proposta de desenvolvimento desta performance é pautada na descoberta e, portanto, evidencia diferentes possibilidades para a criação artística dentro do meio social em que a performer está inserida, onde são feitas as experimentações. Isso significa que em cada ação tem-se novos elementos para a composição de corpos, novas ações e reações. Proporcionando trocas sensíveis e releituras dos grupos sociais a que estas performances atingem.

      Esse trabalho também traz algumas reflexões sobre a mulher, principalmente no momento atual, pois enquanto o sexo masculino for uma instituição de poder, ser mulher e questionar essa instituição é necessário. Também são trazidas outras questões que referem-se ao aprisionamento e à violência, que podem atingir qualquer indivíduo.

 

HISTÓRICO

 

   O processo de criação de [ParaAlémDas] GAiOLaS iniciou-se em março de 2015 na disciplina de Performance I do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina, ministrada pelo professor Rodrigo Garcez. Naquele momento a performer enfrentava questionamentos sobre a vida profissional e pessoal, no qual sempre se deparava com algum tipo de falta de liberdade ou pequenas violências. Paralelamente na disciplina de Performance era discutido sobre identidade, essência, entre outros assuntos, e foi neste momento que as inquietações foram materializadas na metáfora da gaiola. Durante o processo de pesquisa foram realizadas intervenções na rua vestindo a gaiola, ações que transformavam o espaço através da inserção de arames e uma apresentação em espaço alternativo.

      Ao longo do processo, Fabricio Gastaldi, João Peralta e Olivia Dias,  ingressaram no projeto para contribuir com as funções de codireção, audiovisual/mídias e produção respectivamente.

 

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